NA PISTA DE COOPER



 


 

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Antigamente, quando eu estava na faculdade, costumava após as aulas, que era por volta das três da tarde em uma ciclovia bem próxima à minha casa.
Esta ciclovia eraé bem extensa, deveendo ter pelo menos uns quinze quilômetros e, como não sou nenhum atleta profissional, corro um terço dela mais ou menos e volto pelo mesmo caminho até em casa.

Pois bem, em certo dia, l á estava eu fazendo meu “Cooper” de sempre, praticamente sozinho em boa parte do caminho, em um trecho do percurso em que a ciclovia era ladeada tanto pela esquerda quanto pela direita por altíssimos muros que pertenciam à um condomínio fechado, então não havia como sair daquele pedaço a não ser pela própria ciclovia (algo importante a ser frizado!).

Já me aproximava do local onde costumava dar meia volta e voltar, quando percebi um casal na pista vindo na minha direção.
Então notei algo engraçado em relação ao homem, ele usava uma blusa preta com detalhes cinza, idêntica a da minha mãe.
Eles andavam de mãos dadas e estavam conversando normalmente.

Quando passei ao lado deles, o homem se abaixou para pegar alguma coisa no chão, e então eu não consegui ver direito se a blusa era a mesma da minha mãe ou não, por isso, poucos segundos depois de passar ao lado deles, para me certificar dei uma olhada para tráz, mas...para minha surpresa...eles...simplesmente NÃO ESTAVAM LÁ!!!
Eles sumiram completamente, evaporaram logo depois que passei ao lado deles.

Aquilo não poderia ser verdade.
Como alguém poderia sair dali tão rapidamente, se naquele pedaço onde eu estava a única maneira de sair era caminhar por pelo menos vinte minutos até a saída tanto de um lado como do outro?
Acho que jamais vou encontrar uma resposta convincente para esta pergunta.

Impossível ou não eu, de repente, me vi parado olhando para todos os lados para tentar encontrá-los, e então comecei a sentir um arrepio estranho, e pouco antes de voltar correndo, presenciei algo que me amedronta até hoje, algo que eu não gostaria de ter visto, algo que me fez correr enlouquecidamente dali e não voltar mais naquele lugar:

- A mesma mulher que estava ao lado do homem e que desapareceu logo depois, me acenando, lá longe, no final da pista.

 

 

Julio Milek - Curitiba - PR
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